Reservando-se à confiança que nós autistas colocamos no tratamento (palavras de uma psiquiatra), mas a quem não coloque? Importante separarmos o que é do Autista e o que é próprio de todos nós. Às vezes os autistas são vítimas de culpa pela ineficácia do tratamento, mas será que ela é nossa, uma vez que a competência, majoritária, de condução desse é do profissional?
Quando o portador do transtorno do espectro autista possui comorbidades, alcançar a medicação correta se torna dificulltoso para qualquer profissional, uma vez que se tem que amenizar/tratar os sintomas autísticos e ainda amenizar/tratar os sintomas da comorbidade.
Em casos em que o indivíduo possua comorbidades um pouco contraditórias, como TDAH e Transtorno de Ansiedade Generalizado, torna-se complexo o uso da medicação que em alguns casos, podem tratar o TDAH, mas destratar a ansiedade, aumentando-a em doses cavalares. Sem contar, que em alguns casos, os sintomas do autismo são relegados e não tratados pela medicação, isto é tratam-se apenas as comorbidades.
O SER-109, é um remédio desenvolvido pelo laboratório Seres Health, de Massachusetts, com apoio subsidiário da Nestlé, de acordo com Dr. Estevão Vadasz. Tal remédio será atuante no tratamento do próprio transtorno autístico, uma vez que os remédios que cá encontramos tratam mais as comorbidades que o próprio transtorno, com exceção, às vezes, do Risperdal/Risperidona. Só que há um prazo para que esse remédio se torne comercial e esse prazo é de 2 anos. O Dr. Estevão fez essa publicação em 2015, logo, acredito que ele deva estar em processo comercial esse ano ou em 2018, mas pode levar um tempo para chegar ao Brasil.
Sendo assim, nos resta tratar as comorbidades, muitas vezes que contraditórias em termos de receituário, e deixar de lado os efeitos autísticos. Ilógico, mas realístico.
Bom, e quando as medicações não alteram nenhum quadro, nem o das comorbidades, nem o do autismo. Aí complica né? É fato que anda ocorrendo comigo. Acredito que nesse caso seja ideal pensar em uma internação do indivíduo, pois pode ser que o fator preponderante sobre os sintomas seja referente à convivência social.
Desta forma, deixo minhas contribuições a você autista que está a me ler agora, não seja preconceituoso quanto a internação, podemos ter respostas melhores quando isolados da sociedade, principalmente se isolados por uma instituição pública, onde o tratamento é gratuito, algo que o governo não oferece com completude, quando fora de uma clínica.
Comentarios