Caras Autistares! Venho trazer esse artigo, ainda que pequeno, para manifestar ** acerca da hiper-emotividade em Autistas, principalmente, mulheres. Venha comigo refletir sobre suas emoções. Tens um coração lindo! Faça uma boa leitura....
Neurônios-Espelho (Mirror Neuron)
O que era pra ser apenas mais uma pesquisa, acabou por encontrar outra, a equipe do Neurocientista Giacomo Rizzolatti descobriu os neurônios-espelho por acaso, na Universidade de Parma, Itália. Dessa forma, os Neurônios-Espelho começaram a receber reflexões Neurocientíficas por agora, nessa última década, cronologia bem recente para pesquisas Neurocientíficas. Esse achado, tem se tornado, facilmente, uma das maiores descobertas neurocientíficas e você já saberá o porquê.
Essa tipologia de neurônios (Neurônios-espelho) é aquele grupamento celular que fica dentro do seu cérebro, na região do córtex pré-motor, sendo esses aqueles que embasam os papéis visio-motores de processamento cerebral.
Mas o que isso significaria? bem, significaria que através do desenvolvimento e ações adequados desse sistema neuronal é que temos condições de "tornar motorizado aquilo que foi visto". Isto é, vemos e imitamos ( em forma de ações visíveis). Ocorre que para que esse processo de imitação aconteça são envolvidas também outras regiões cerebrais, como: lobo parietal superior, lobo parietal inferior, giro frontal inferior, córtex premonar ventral adjacente e algumas especulações no entorno do lobo frontal.
No entanto, esse neurônios, ao nos fornecerem a capacidade de ver e imitar, também nos fornecem a capacidade de sentir. Perceba que para uma ação ser executada de modo autômato, como o fazem os neurônios-espelho e todo o seu conjunto cerebral, é necessário que se 'convença' a mente primeiramente, para que os pensamentos adequados sejam ativados, levando-se à construção emotiva, que refletirá no comportamento visível e imitativo. Essa linearidade de acontecimentos é realizada em segundos ou milésimos deles, e pimba... você já está chorando ao ver alguém chorar.
É claro, que a intensidade e profundidade dessas emoções não serão igualitárias. Aí é que entram minhas maiores indagações, pois a pessoa "imitada" estará sentindo as emoções compatíveis com sua percepção versus cenário provocativo de tal emoção. Já a pessoa "imitadora" estará sentindo a seu modo perceptivo e não ao modo perceptivo da pessoa "imitada", isso sugere que a pessoa "imitadora" não esteve acionando os mesmo pensamentos, nem as mesmas emoções para chegar àquela apresentação 'motora' e 'visual' de comportamento, digo, não os mesmos daqueles ativados pela pessoa "imitada".
Estou eu a dizer, que quando vês alguém chorando e choras também, estás sendo artificial ? bem...minha resposta é: um pouco. Se estivermos a dialogar no sentido de compatibilidade da perspectiva versus cenário vividp, veremos que a pessoa "imitada" é a que mais se aproxima de um sentimento compatível, em maior probabilidade, isso porque foi ela própria quem sofreu o maior contato perspectiva versus realidade e quem foi a primeira 'vítima' do cenário, talvez tenha sido também a primeira pessoa que construiu essa compatibilidade, pois foi apenas ela a que esteve em contato com aquele cenário específico.
Para ficar mais fácil a compreensão, vai abaixo um exemplo:
Francisca perde seu marido em um acidente trágico. Francisca é sua vizinha. A partir do momento que ficas sabendo desse cenário, sua mente já jogou pensamentos aproximados da compatibilidade que o cenário está a pedir, esses, ilustrarão o fato, uma vez que a mente trabalha, predominantemente, com imagens. Tendo uma noção, em imagens, do que ocorreu, seu sistema límbico já é acionado para lançar os hormônios e substâncias essenciais para que sintas (sentir), após sentir, a imagem/comportamento visível começa a ser demonstrado por ti, seja na forma de afeições tristes, seja pelo chorar ou outros. Ainda no funeral, você é submetido a pensamentos e sentimentos ainda mais intensos ao confrontar o chorar, afeições desesperadoras dos parentes, mas principalmente, de Francisca, pessoa a quem conhecias.
Bem, duas colocações iniciais poderíamos fazer desse exemplo. A primeira, é que Francisca, probabilisticamente, está 'sentindo mais' do que você, tendo por certo, que ela possua mais disparos em pensamentos ( dos momentos/imagens passados com seu marido, do cheiro que seu marido possuía, da voz de seu marido, das imagens reais do acidente, das imagens reais de seu marido após o acidente, na maior parte do tempo), com isso, ela também possuirá mais gatilhos emocionais, consequentemente, seu comportamento visível terá maiores mutações ao longo de um período, maiores micro e macro mudanças faciais e corporais. De modo quase contrário, estará você, com poucos disparos em pensamentos, muitas vezes, apenas pensamentos hipotéticos do que realmente aconteceu e de como é a perda de uma pessoa tão querida, o que ativará menos gatilhos emocionais ou eles serão diferenciados daqueles de Francisca, consequentemente, levando a comportamentos visíveis menos condensados, com menores taxas de micro e macro mudanças faciais e corporais. Você estará "imitando" Francisca (afeições tristes ou chorando com ela), mas a intensidade e complexidade dessa imitação não é compatível com aquela sentida por Francisca, a pessoa "imitada", aquela maior vítima do cenário, aquela construtora da perspectiva em específico.
Qual as possíveis relações entre a Autista e os Neurônios-espelho?
Acontece que o Autista possui distúrbios nos neurônios-espelho, isso porque, ele possui dificuldades severas ou medianas de perceber reações faciais ou corporais dos outros diante de cenários. O autista, facilmente, superestima ou subestima, de forma autômata, suas percepções acerca das situações e de forma incompatível a elas, julgando que os sujeitos presentes estão a demonstrar um tipo de reação, quando, na realidade, estão a demonstrar outra, pouco ou extremamente diferente do que julgava o autista que eles possuíam. No modo inverso, temos que para o autista é difícil 'acertar' qual fisionomia ou expressão corporal ele deverá apresentar diante de um cenário, para que ele possa ser interpretado corretamente, de acordo com o que ele realmente gostaria de apresentar para os demais.
Até então, só encontrei artigos que digam dessa defasagem para o modo "subestima", ou seja, para o modo aquém de percepção, abaixo do que se devia esperar de um indivíduo neurotípico. Mas, há outra abordagem possível de ser feita para um Autista, e nesse caso, principalmente para Autistas do gênero feminino.
Abaixo, algumas correlações para a outra possibilidade, a de superestima:
Ocorre quando um distúrbio no funcionamento dos neurônios-espelho e seu conjunto leva à interpretação exagerada da percepção versus cenário vivenciado pela outra pessoa
o Autista, então, julga que as expressões faciais ou corporais do sujeito dizem de algo muito intenso e complexo, quando na realidade, é algo simplório ou não tão exigente em sentimentalização.
O Autista, recebe disparos de pensamentos ansiosos, generalistas, altamente desesperadores, ruins (ominosos), depreciativos, de desvalia, desautorizacionais sobre o que expressa o outro sujeito visualizado
O Autista, realiza gatilhos emocionais referentes a tais emoções, que por sua vez serão emoções hiper-intensas, hiper-sensíveis, em compatibilização aos pensamentos e percepções interpretados por ele, de forma espelhada, com relação ao comportamento visível do outro.
O Autista se torna hiper-emotivo. Repare que se torna hiper-sensível com cenário que não merece essa sensibilidade exacerbada e complexa, mas que tal distúrbio leva, não só a uma diminuta percepção das expressões e comportamentos do outro, mas também à uma percepção exagerada e incompatível, de forma discrepante, com relação ao outro.
As mulheres Autistas já possuem um cérebro mais acolhedor às emoções, que libera mais endorfina/serotonina/ocitocina ao cuidar do próximo e, portanto, sentem mais prazer em sentir emoção, trocando em palavras mais simplórias. Desta forma, maior é a probabilidade de que elas sejam atingidas pelo lado adverso do distúrbio, esse mencionado (superestima)
Outra situação, ainda dentro do modo 'superestima', é a de a Autista positivar de forma exagerada o cenário e sua perspectiva dele, ou seja, levantar pensamentos extremamente positivos, alegres, absortos (clique nessas letrinhas azuis para ver sobre transtorno do devaneio excessivo), de 'elevação' da coisa, jocosos, alegres sobre um cenário e perspectiva, que incondizentes com esse excesso.
Logo, é comum vermos Autistas dizendo serem isolados socialmente por serem taxados como 'os inadequados', reagirem às pessoas e situações de forma incompatível com o que se pede socialmente, com o que se espera. Rir de situações melodramáticas, tristes, vergonhosas, trágicas ou ficarem mais tristes ou mais alegres do que a pessoa "imitada", terem reações muito desesperadas em situações pouco complexas, se sentirem exageradamente comovidos com situações em que os neurotípicos reagiriam de forma menos emotiva.
Por muitas vezes, estamos sim isolados, pois sentimos a mais do que deveríamos e não compreendemos como o outro não o sente tanto assim, tendo por certo, que deveríamos adicionar outra problemática: não sabemos se o outro está "sentindo menos" realmente, uma vez que não conseguimos visualizar as expressões e comportamentos visuais dos outros proximamente ao que a realidade nos pede. Nem sabemos, sequer, o que ele está realmente sentindo, pois temos falhas nessa interpretação espelhada. Logo, tudo fica muito mais obscuro do que imaginamos, mais confuso do que era para ser.
Desta forma, essa seria uma das razões de nossas incompreensões sociais, de mundo: o distúrbio dos neurônios-espelho e de sua conjuntura, que possibilita a percepção exagerada (superestima) ou rebaixada (subestima) das expressões e comportamentos visuais dos outros.
Se lestes até aqui, é porque és uma guerreira!
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